domingo, 8 de novembro de 2009

Europa v2.0


E então caiu... a última capital que estava no caminho do Tratado de Lisboa. A belíssima Praga. O rebelde (quase no bom sentido da palavra) presidente checo assinou a semana passada o documento e agora que todos os 27 estados membro já o "aprovaram" estão reunidas as condições para que entre em vigor no inicio do próximo mês. Depois de terem saído derrotados na Constituição Europeia os federalistas não desanimaram e voltaram à carga com um Tratado que desta vez foi empurrado à barrigada com referendos repetidos e aprovações parlamentares algo... questionáveis.

Tudo bem e o que muda então? Fundamentalmente mais poder para Bruxelas. Tudo gira à volta de uma ideia muito nobre de dar aos 27 uma verdadeira presença global e uniforme face aos vários desafios que se apresentam para o século XXI. Trata-se de mudar o paradigma da Europa de gigante económica mas anã política. Surgem agora na nova estrutura as figuras de Presidente e Ministro dos Negócios Estrangeiros da Europa.
Não sou por princípio a favor de mais centralismo e governo que implica quase sempre mais burocracia e menos liberdade (veja-se um exemplo aqui: http://archbishop-cranmer.blogspot.com/2009/10/eus-real-philosopher-guardians.html), mas no caso português tenho de afirmar uma excepção porque qualquer coisa é melhor do que o nosso Bloco Central PS-PSD que já provou ser incompetente e corrupto. Dê-se então mais poder aos que estão a 1700km que eu não me importo.

Esperemos então pelo que vai sair desta nova equação europeia. Será desta que a Europa vai formular qualquer coisa parecida a uma política para os Balcãs (onde tem falhado miseravelmente)? Será que é desta que vai bater o pé à oligarquia militarista russa de quem depende cada vez mais a nível de energia? E um plano sensato de desenvolvimento sustentável? E já agora que se estenda realmente o tapete da Europa aos países de Leste que muita razão de queixa têm a nível de apoio económico que (não) receberam agora em tempos de crise. Vamos ver. Sou céptico mas dou o benefício da dúvida.
E entretanto que se dê o cargo de Presidente da Europa ao Tony Blair que anda a fazer campanha por ele. Não sou fã do senhor mas é facto que não há ninguém com o tipo de visibilidade que ele pode dar à Europa além de que é uma maneira de os ingleses (esse Estado cada vez mais falido) pararem de dar tiros no pé da União.

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